Dilma eleita e as expectativas da Engenharia Consultiva
Enviado por editor en Mar, 11/04/2014 - 10:57
Dilma eleita e as expectativas da Engenharia Consultiva
As empresas de engenharia consultiva terão muito trabalho nos quatro anos da prorrogação do mandato da presidente reeleita. Não apenas pelos novos investimentos em projetos e obras que anunciou na campanha vitoriosa mas pela continuidade, ainda reprimida, das contratações do PAC-2 Programa de Aceleração do Crescimento.
Já estão incluídas até agora nestes planos de governo muitas obras demandadas pela população, mas ainda pendentes de contratação de estudos e projetos de engenharia – rodovias e ferrovias, portos e aeroportos, sistemas de esgotos sanitários e suprimento de água, ampliação da geração e transmissão de energia elétrica -, que precedem pelo menos em um ano a execução de obras. Destaques para a continuidade de projetos gigantescos como o da transposição de água do Rio São Francisco para o nordeste, que mobiliza atualmente 10 mil profissionais e operários, e a ferrovia Oeste-Leste que enfrentará desafios ainda pouco avaliados.
Os investimentos requeridos são partilhados entre os governos federal e estaduais – estes também em fase de mudanças políticas de mesma natureza, incluídos os casos de reeleições em vários estados, e quase sempre com o apoio financeiro federal, especialmente do BNDES.
Deve-se aproveitar este momento de mudanças na gestão dos investimentos na infraestrutura do país para colocar ordem nas contratações de engenharia. A começar com o planejamento cuidadoso e estudos consistentes antes do início de cada empreendimento, assegurando que os prazos de elaboração de projetos sejam suficientes para a máxima qualidade dos investimentos em obras do setor público.
Os novos governos terão quatro anos para realizar seus planos. Não há justificativa para continuarem as contratações apressadas de projetos de engenharia com sacrifício de sua qualidade e adequada maturação, por imposição do calendário político. A pressa sempre foi inimiga da perfeição e da correta aplicação de recursos públicos sempre limitados.
É ilusória quanto a prazos, além de ilegal, a prática freqüente do governo federal, da “contratação integrada” de obras, sem projetos completos e previamente aprovados em todas as instâncias legais: resultam sempre em custos imprevistos e qualidade precária. Os novos governos, federal e estaduais, devem começar seus mandatos adiantando as contratações de engenharia para disporem de todos os elementos para contratações das obras no tempo certo, com a máxima economia, somente possível se respeitada essa regra maior.
A Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE) congrega as empresas que são mobilizadas necessariamente na partida dos empreendimentos justamente por serem as responsáveis pelos estudos e projetos de engenharia que definem a qualidade dos investimentos públicos e privados. Esta é a norma em que a ética comanda o desempenho dos governantes em qualquer parte do mundo.

